Neste trabalho, o principal objetivo é investigar como o filósofo Arthur Schopenhauer apresenta a compaixão (Mitleid) como fundamento da moral. Para isso, realizou-se uma análise das principais obras do pensador, mais especificamente em O mundo como vontade e representação e em Sobre o fundamento da moral, nas quais é possível identificar o cerne de seu pensamento ético-moral. Buscou-se situar o pensador dentro de um cenário panorâmico histórico e filosófico mais amplo, a fim de compreender melhor sua vida e sua filosofia que, centrada numa proposta de Pensamento Único, intenciona decifrar o enigma do mundo por meio de sua concepção de Vontade e Representação. A partir disso, foram delineados os pontos centrais da crítica de Schopenhauer ao Imperativo Categórico kantiano, fundamento moral vigente em sua época, para que, com base nesse exame, emergisse como proposta a resposta schopenhaueriana segundo a qual a moral não pode estar fundada nem em compreensões teológicas, nem normativas, nem deontológicas, por constituírem-se em expressões eivadas de motivações antimorais. Ao contrário, a partir de uma metafísica dada, conclui-se que a única e genuína motivação moral para Schopenhauer será a compaixão, fonte da justiça e da caridade como virtudes autênticas. Que esta pesquisa possa contribuir para a edificação de leitores dentro e fora do universo acadêmico.