Aclamado como um dos mais célebres artistas em atividade e uma voz insilenciável da liberdade, Ai Weiwei traz nestas memórias um relato íntimo e arrebatador sobre família, resistência, política e — como um amálgama de todos esses — arte.
A infância de Ai Weiwei foi permeada por restrições. Nascido na China na década de 1950, ele foi compulsoriamente exilado com a família após seu pai, Ai Qing, um dos mais renomados poetas chineses, tecer críticas ao governo de Mao Tsé-Tung. Tachado de reacionário durante a Revolução Cultural, ele e os filhos foram banidos para a "Pequena Sibéria" — região desértica onde, segundo o autor, a privação material trouxe uma diferente forma de plenitude, modelando o que viria a ser seu futuro.
A liberdade era seu principal objetivo. Tomando a difícil decisão de deixar pai e irmão na China e sair do país, Ai Weiwei foi para os Estados Unidos, país em que teve contato com a obra de Andy Warhol, fez amizade com Allen Ginsberg e se tornou célebre no mundo da arte ao reconstruir em seu trabalho a experiência de viver sob um regime totalitário.
As esculturas e instalações de Ai Weiwei foram vistas por milhões de pessoas em todo o mundo — a exemplo da projeção do icônico Ninho do Pássaro, estádio olímpico de Beijing. Seu ativismo político o tornou alvo das autoridades chinesas, o que culminou em meses de detenção secreta sem acusação em 2011. Neste livro, pela primeira vez, Ai Weiwei explora as origens de sua criatividade excepcional.
Ao mesmo tempo ambicioso e íntimo, Mil anos de alegrias e tristezas oferece uma compreensão profunda das inúmeras forças que moldaram a China moderna — e ao próprio autor — além de servir como um lembrete oportuno da urgência de defender a liberdade.
"Este é o tipo mais raro de memória, que se eleva acima do arco da história para alcançar os limites da alma. O trabalho de Ai é uma prova notável do poder eterno da mais simples e ousada verdade." — Edward Snowden