Nestes tempos sombrios, o advogado militante Tiago Araújo elaborou uma instigante obra sociológica, com conotações jurídicas, que suscitam a compreensão do controle social da mídia sobre a sociedade democrática.
Percebe-se uma guerra híbrida no âmbito do poder político, já que as narrativas se disseminam nas redes sociais, mediante fake news.
A mídia eletrônica é questionada sobre o fato de ter se tornado instrumento de uma imaginária esquerda que, ideologicamente, a todos submete, em busca de implantar o comunismo mundo afora.
Ressuscita-se a Guerra Fria, que se alastrou após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), e implodiu com a queda do Muro de Berlim (1989).
Há um movimento de contracultura que traz consigo o discurso da intolerância ou do ódio.
O desafio que se apresenta para as sociedades democráticas consiste em estabelecer um controle social em relação aos efeitos nefastos desse discurso de ódio.
A tipificação clássica na legislação penal de injúria, difamação e calúnia, lamentavelmente, não logra alcançar os complexos danos causados pelas fake news, comprometendo a democracia.
Nesta obra, o autor se debruça sobre o tema, analisando fatos históricos que desestabilizaram a democracia brasileira, especificamente, as passeatas de 2013.
A indagação que perdura no ar: como se deve normatizar um controle social eficaz que não castre a liberdade de expressão?
Desejo a todos uma boa leitura desta obra polêmica. Que possamos preservar as utopias.
— Mário Lúcio Quintão Soares