De repente, senti-me vigiada. Tive a impressão de que alguém do outro lado do salão também me observava. Olhei para os meus tios, que continuavam conversando com um casal de amigos na mesa ao lado. Queixavam-se de eu não ter deixado que me pagassem uma escola particular, o que foi bem estranho, porque pedi mesmo para estudar numa escola pública com a qual já estava habituada, mas me recordo bem que, ao comunicar minha preferência, eles não fizeram nenhuma objeção quanto a isso. Deixei-os de lado, e procurei, timidamente, fosse quem fosse que estivesse me observando. Logo encontrei um rapaz me olhando. Sem entender por que, meu coração pareceu subir até a boca. O estranho rapaz não tirou os olhos de mim, então estremeci com aquela situação embaraçosa. Foi uma sensação estranha. Mas boa. Reparei em seus cabelos negros e em sua pele branca como a neve recém-caída; ele ainda permanecia ali parado, me olhando. Ele era tão lindo. Por que eu não conseguia tirar os olhos daquele estranho? Por que ele não conseguia parar de me olhar?