Quando o Brasil ainda estava sob as barbas do Império e as ruas do Rio de Janeiro
eram tomadas por lamentos e comemorações de toda natureza, nascia, numa esquina
qualquer, uma figura incendiária: o malandro.
Eram os anos de 1852 e 1853 quando começou a surgir — aos poucos, em folhetins
— uma obra que não apenas marcaria a literatura brasileira, mas se firmaria como um dos
grandes símbolos antimoralismo do país. Era o Rio no tempo do rei, afinal de contas, mas
nem só de pompa e circunstância se faz uma cidade.
Memórias de um sargento de milícias é uma história de pessoas simples, cercadas de
alegrias e desventuras. Na contramão do romantismo do século XIX, o romance expõe
ângulos da sociedade até então nunca explorados tão intimamente: num ato corajoso para o
padrão da época, as miudezas da vida cotidiana passam a ser vistas sob lentes de aumento,
despidas de qualquer idealização, compondo um inquieto retrato de um Rio de Janeiro do
passado.
A edição da Antofágica conta com mais de 50 artes de Manuela Navas. O compositor
e escritor Nei Lopes escreve uma apresentação sobre sua trajetória pessoal não apenas com o
livro, mas com a cidade do Rio de Janeiro. Nos posfácios, Giovanna Dealtry, doutora em
Letras pela PUC-Rio e professora do Instituto de Letras da UERJ, constrói um panorama
sobre as dinâmicas narrativas e sobre o conceito de malandragem, e o escritor Sérgio
Rodrigues discorre sobre a eterna juventude de Memórias de um sargento de milícias.
Gabriela Mayer, jornalista e crítica literária, nos oferece um ensaio sobre as correlações entre
literatura e o jornalismo, ofício primeiro de Manuel Antônio de Almeida.
O QR Code na cinta direciona a duas videoaulas disponíveis no YouTube com Vinicius
Barbosa, é mestre em História pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e
idealizador do @latinaleitura nas redes sociais..