Inspirado no período em que Dostoiésvki passou na prisão de Omsk, Memórias da Casa dos Mortos narra a rotina de Alieksandr Pietróvitch, assassino confesso da própria mulher, em uma prisão de trabalhos forçados na Sibéria do século XIX. Fundamental na trajetória literária do autor, a obra
expõe, com o realismo crasso, típico de sua poética, os dilemas vividos pelos presos: a privação do direito de ir e vir, a fome, o frio, o trabalho pesado e inútil, os maus-tratos e a solidão. Além disso, é base para a elaboração da mente de vários célebres criminosos nos livros posteriores do autor. Neste romance, Dostoiévski faz do presídio a metáfora de uma sociedade brutal e opressora, levando o leitor a refletir sobre as suas próprias questões na sociedade contemporânea.