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Melhores poemas Alphonsus de Guimaraens

Melhores poemas Alphonsus de Guimaraens

Sinopse

Alphonsus de Guimaraens com a sua poesia mística, seu companheirismo com Deus ("Ninguém anda com Deus mais do que eu ando"), sua intimidade com a morte ("Sempre vivi com a morte dentro da alma,/ sempre tacteei nas trevas de um jazigo"), seus amores meio irreais e mórbidos, sua devoção a Nossa Senhora e sua humildade, foi uma espécie de aprendiz de santo perdido nas montanhas das Gerais.Habitando velhas cidades mineiras - Ouro Preto, Conceição do Serro, Mariana -, vivia de fato em uma outra dimensão, um mundo pessoal com incertas conexões com a realidade terrena, expresso com extrema delicadeza em sua poesia crepuscular, de contornos vagos, com uma suave música em surdina, patética como um cantochão, iluminada pela suave luz do luar, uma das obsessões do poeta, "o luar, que só para quem sofre existe".Que ninguém duvide da sinceridade dessa poesia. Se o simbolismo não existisse, o poeta por certo encontraria uma expressão semelhante. A fonte estava em sua própria vida cotidiana. Vivendo sempre em pequenas cidades, sem contatos intelectuais, tão estimulantes para o escritor, Alphonsus fez da poesia elemento de comunhão e evasão. As duas corriam em paralelo. A evasão do mundo (que começava em seu nome literário arcaizado e latinizado), o enclausuramento em seu mosteiro ideal, a exemplo de tantos místicos, foi o caminho mais curto - ou talvez o único possível - para a comunhão com Deus, através da fé católica, tão poderosa em sua obra.

Autor

João Henriques da Costa Guimarães nasceu em Ouro Preto, em 24 de julho de 1870. Moço, foi noivo da prima Constança, filha de Bernardo Guimarães, mas a tuberculose a arrebatou na adolescência, em 1888, e o fato gravou-se na memória e no coração pelo resto da vida, refletindo-se nos poemas. Em 1894 bacharela-se em direito e segue carreira da magistratura. Casa e tem quatorze filhos. Em 1906 fixa-se em Mariana, e compõe, na timidez e solidão, poemas místicos e de amor. Faleceu na madrugada de 15 de julho de 1921. Alphonsus de Guimaraens tornou-se o poeta do amor inextinguível, do sonho místico, da suave melancolia nostálgica, da fé religiosa e mariana, do ocaso e da morte. Seu poema aprofundou verticalmente uma experiência concreta e única, conferindo-lhe dimensões transcendentes, projetando-o para além dos limites pessoais para atingir a essência humana, porque na câmara ardente do seu coração a imagem de Constança nunca se ofuscou. Pela Global Editora tem publicadas as seguintes obras: Melhores Poemas Alphonsus de Guimaraens, com seleção e prefácio de Alphonsus de Guimaraens Filho, e Roteiro da Poesia Brasileira – Simbolismo, com seleção e prefácio de Lauro Junkes.