Para aqueles que só conseguem identificar Artur Azevedo como o teatrólogo, esta é a hora de lembrar que ele também era jornalista, poeta e contista. Apaixonado pelos palcos, escreveu não apenas algumas joias da nossa dramaturgia como também uma série de matérias jornalísticas sobre o meio artístico de sua época. Sempre escrevendo para periódicos e almanaques culturais, o autor deixou espalhadas mais de quatro mil crônicas, além de dezenas de artigos, narrativas breves e poemas, conforme citam as selecionadoras no prefácio dessa coletânea. Para selecionarem as Melhores Crônicas Artur Azevedo, Orna Messer Levin e Larissa de Oliveira Neves valeram-se de seus estudos sobre a obra do autor e recolheram textos inéditos que foram transcritos depois de selecionados diretamente nos microfilmes dos jornais pertencentes ao acervo do Arquivo Edgar Leuenroth, da Unicamp. O resultado é um livro denso no sentido de ser profundo, em que o leitor encontrará uma variedade de temas e preocupações representativas da versatilidade de Artur Azevedo. Para um maior entendimento, a obra está dividida, em forma de capítulos, pelos jornais em que o autor se destacou com a publicação de suas crônicas. "Artur de Azevedo soube, como poucos, captar das coisas passageiras um ponto de observação sobre o momento presente. Suas crônicas, em tom de diálogo permanente com os leitores contemporâneos, parecem projetar vozes de uma conversa de rua, nascida ao acaso, e que se mostra bastante reveladora das preocupações do homem comum", descrevem as selecionadoras no prefácio dessa antologia. A obra traz também a biografia e uma extensa bibliografia do autor bem como um prefácio esclarecedor para quem quer conhecer, de fato, Artur Azevedo.