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Melhores contos Simões Lopes Neto

Melhores contos Simões Lopes Neto

Sinopse

Simões Lopes Neto passou a vida em Pelotas, sua cidade natal. Era um escritor de estilo admirável, sabendo explorar e valorizar as nuanças da linguagem regional, sem comprometer a espontaneidade dos contadores de causos, aqueles peões que se reúnem nas estâncias gaúchas para contar casos mirabolantes e histórias reais exageradas até as raias do absurdo. Às qualidades de estilo e aos dons privilegiados de narrador, juntava o escritor uma técnica apurada, e um conhecimento profundo da psicologia do habitante dos pampas, os vaqueanos, as chinocas, o cantador, o tropeiro, o contrabandista. Escolhendo o conto como elemento de expressão literária, Simões publicou dois volumes no gênero, os Contos Gauchescos e as Lendas do Sul, respectivamente em 1912 e 1913, quando o movimento regionalista achava-se no auge, em todo o país. Os contos são narrados por um típico campeiro, Blau Nunes, "que só tinha de seu um cavalo gordo, o facão afiado e as estradas reais". Os dois livros, publicados numa editora da província, não tiveram o reconhecimento devido no país. Não ultrapassaram as fronteiras do Rio Grande do Sul, apesar de serem superiores, em vários aspectos, à produção de Afonso Arinos e de Valdomiro Silveira, os outros dois grandes representantes do conto regional. A injustiça só começou a ser reparada com a edição crítica das duas obras, com prefácio de Augusto Meyer, no início dos anos 1950, e a inclusão do autor na Prosa de Ficção (de 1870 a 1920), de Lúcia Miguel Pereira. A historiadora tornou-se grande admiradora da arte de Simões, apontando-o como o "escritor que, como ninguém no Brasil, encontrou o segredo da arte popular". Este segredo está expresso em alguns contos magistrais, como O Negrinho do Pastoreio, sua obra-prima,No Manantial, A Salamanca do Jarau, dos mais perfeitos que já se escreveram no Brasil.

Autor

Nasceu em 1865 na estância da Graça, nos arredores de Pelotas, RS. Apontado pela crítica como um dos maiores escritores da literatura gaúcha e brasileira, precursor de João Guimarães Rosa, é autor de uma obra pequena: Cancioneiro Guasca, 1910; Contos Gauchescos, 1912; Lendas do Sul, 1913; Casos do Romualdo (folhetim de jornal em 1914, livro póstumo em 1952); Terra Gaúcha, publicado também postumamente, em 1955. Foi ainda autor de várias peças de teatro e muitos artigos de jornal. O conto escolhido é de Lendas do Sul e se tece a partir do cruzamento das histórias da cobra de fogo, a Boitatá, considerada uma superstição popular,com outras cobras lendárias, como a Boiuna e a Cobra Grande, mais os mitos do nascimento do dia e do dilúvio. Esse texto híbrido, conto-mito-lenda, consegue, através de um estilo ao mesmo tempo simples, solene e sonoro, recompor a unidade perdida. Se a superstição é o mito desintegrado, aí ela reencontra o todo de que saiu. Assim, em vez de fazer rir das crenças do gaúcho pobre, como faziam alguns regionalistas brasileiros na época, Simões Lopes recupera, pela sua escrita, tanto a dinâmica da fala do narrador popular, como a verdade do mito. Morreu em 14 de junho de 1916, em Pelotas. Pela Global editora tem publicada a seguinte obra: Melhores Contos Simões Lopes Neto, com seleção e prefácio de Dionísio Toledo.