Acordei com inspiração ímpar, um livro pronto na cabeça e muito receio de perde-lo por interferências externas. Senti que não poderia dispersar-me, e não abri portas nem janelas. Não sei o porquê de tamanha apreensão, pois não analisei sobre o que este livreto pode representar para o mundo. Entretanto, o feeling que senti, impulsionou-me a tomar cautela no sentido de melhorar fundo no evento. Sim, o evento, sem sombra de dúvida, porque nunca havia me acontecido algo parecido, antes. Senti este livreto como algo amado, do mais fundo da minha alma para o mais profundo dos meus sentimentos. E, por nascer assim tão amado por mim, será justa a pretensão que tenho de que seja amado por outrens? Foi aí que escrevi sem parar, até dar-me por satisfeita. Meu ambiente lítero-poético é sempre metapoesia, meta-literatura e filosofia pessoal heterodoxa. Não fugindo à regra, foi assim que o livro aconteceu. Não atentei para desjejum, não bebi nem água e procurei respirar devagar para não espantar as musas inspiradoras que me tocaram. Em algumas horas, conclui o almejado. Em estado de êxtase, de santidade, flanei pela tela do computador, tocando leve no teclado. Que pretensão minha. Eu, que nunca fui santa! Porém, quando magia deste porte se apossa de quem escreve, é como o toque do divino. E este é um acontecimento demais para uma pobre mortal. Então, agora, vai pelo mundo, livreto, que eu tenho mais o que escrever. Que toque os corações, como tocou ao meu, sua primeira leitora, evidentemente.