Na crônica "Mefistófeles", presente no livro "Prosas bárbaras", Eça de Queiroz parte da ópera "Fausto", de Charles Gounod, inspirada na obra de Goethe, para refletir com ironia afiada sobre a figura do diabo. Em vez de tratá-lo como entidade distante ou puramente maligna, o autor o aproxima do cotidiano humano, revelando semelhanças perturbadoras como vaidade, astúcia, sedução e conveniência. O resultado é uma análise perspicaz e provocadora, que diz tanto sobre o personagem quanto sobre a própria natureza humana.