O objetivo principal deste trabalho é desmistificar a maternidade (e a paternidade) através do esclarecimento do real papel da mãe e do pai dentro do processo de desenvolvimento da criança, bem como dos seus desafios – aqueles que ninguém tem coragem de falar -visando ajudar a ambos a estarem melhor preparados para essa nova função que assumirão (ou já assumiram). Aprendemos a acreditar que ser uma boa mãe é estar disponível, física e emocionalmente, para o nosso filho. O que não nos contaram é que isso é saudável apenas por um período, mas que depois, é justamente a capacidade de demonstrar para esse mesmo filho que ele não é o único desejo da mãe que o fará mais forte para a vida. E é para falar dessa outra parte da história que eu comecei a desenvolver este trabalho. Aqui, podemos comparar o papel da mãe com o papel que o sol tem na vida de todos os seres que, ao mesmo tempo que traz vida, orientação e conforto, em excesso, pode machucar e até mesmo matar. E quando digo matar não é apenas sobre tirar a vida, mas sobre tirar a capacidade de viver e de dar conta da própria vida, o que veremos em maiores e melhores detalhes adiante. Quando mostramos aos nossos filhos que eles não são o centro de nossas vidas, mostramos a eles que somos independentes e que, como tal, ele pode seguir para a vida sem que isso acarrete a nossa morte. E aqui uso esse termo bastante forte pois, acreditem, alguns adultos não conseguem obter sucesso profissional e amoroso porque acreditam, consciente ou inconscientemente que, para poderem ter uma vida para si precisam, de certo modo, trair aquela que lhe deu a vida e que renunciou a tantas coisas por ele. Um outro aspecto também muito importante é que, quando deixamos que nossos filhos acreditem que são o centro de nossas vidas por um período maior do que o desejável, eles não desenvolverão a capacidade para lidar com a frustração da vida e os nãos serão penosos demais para suportarem. Não aprenderão a renunciar um emprego que não lhe satisfaz e até mesmo uma relação abusiva, por exemplo. O fato é que, com os desaparecimentos e reaparecimentos da mãe, o bebê entende que os objetos continuam a existir, mesmo quando não são vistos e, por isso, ele não precisa temer. Mas, veja bem, para que o filho possa passar pelo processo de frustração de forma adequada, ele precisa, antes de tudo isso, ter se sentido amado e amparado por ela. Afinal, tudo na vida é um processo, e a maternidade não é diferente. O meu papel aqui é te mostrar que fases são essas, que compõem esse processo, para que você possa passar por elas de forma mais suave e com muito menos culpa por ser um ser humano como outro qualquer, cheio de falhas, acertos, desejos e necessidades – você vai aprender aqui que não precisa abdicar de si para se tornar mãe e que, ao contrário do que se imaginava, o quanto isso pode ser impactante negativamente para o seu filho de diversas formas. Você vai aprender aqui que ser uma boa mãe é também ser capaz de frustrar – na medida certa – aquele a quem você deu a vida. E quando digo na medida certa, menciono a importância de nos atentarmos para a possibilidade de cair no extremo oposto de uma frustração e castração demasiadas. Afinal, uma criança que é criticada e negligenciada em excesso não deixa de amar essa mãe, ou esse pai – mas ela passa a acreditar que não merece ser amada -nem mesmo por ela própria. Aqui vemos os casos de baixa autoestima e insegurança nos tantos adultos que encontramos pela vida. E se esse for o seu caso, procure ajuda, para que você possa desenvolver a mãe em potencial que existe dentro de você. Esse projeto é, em resumo, uma oportunidade de mostrar a você que sim, você pode e deve autorizar-se a fazer o melhor que pode como mãe – nem mais e nem menos do que isso.