Entrego a vocês essas minhas anotações como quem mira sobre a campina à espera do ocaso, já adivinhando os tons do crepúsculo. É possível, portanto, que esta não seja uma obra solar, mas creio ter deixado nela algumas frestas, suficientes para deixar entrar a luz e mostrar com certo cuidado apenas o necessário, ou – com um pouco mais de atenção - algo mais, que jaz aceso por si mesmo, queimando, iluminando de dentro para fora, projetando no espaço qualquer coisa que reste, que sobreviva, como o lume de uma estrela segue viajando no vácuo, independente da extinção do próprio fogo que a originou.