Filhote da já tradicional Santa Sede: crônicas de botequim (Editora Buqui ), rumo ao quinto volume, a oficina e livro Maria volta ao bar retorna no tempo para, com isso, inovar: como acontece em um botequim, afasta-se das regras didáticas mais ordinárias e resgata o espírito corporativo que forjou a mais impressionante geração de cronistas em toda a história. Também é a primeira oficina literária que interage tanto com os leitores – na seção "Pergunta pro Maria" –, quanto com outros cronistas, através do "Maria convida". Assim, alarga ainda mais a já ultra flexível fronteira de uma atividade docente peculiarmente sediada num bar. Idealizada pelo escritor Rubem Penz, a oficina trouxe para a contemporânea Cidade Baixa, no Apolinário, o espírito que norteava o gênero no Brasil dos anos 1950 e 60. Ao evocar Antônio Maria Araújo de Morais, estudar sua obra e, a partir de fragmentos escolhidos, provocar onze cronistas a comporem crônicas "marianas", resgatou um dos mais representativos autores no gênero no ano em que lembramos, e lamentamos, os 50 anos de seu prematuro falecimento, em outubro de 1964, aos 43 anos. Para ser fiel ao espírito de Antônio Maria, o primeiro desafio seria, antes de tudo, conquistar leitores – ele foi um dos mais prestigiados colunistas de sua época. Assim nasceu a página MariaVoltaaobar e o homônimo perfil na rede social Facebook, ambos criados pelo jornalista Felipe Basso, que ocupa a co-organização da oficina. Outra novidade foi a criação da atividade "Pergunta pro Maria", na qual amigos dos cronistas e leitores da página são estimulados a mandar correspondências com questões as quais gostariam de ver respondidas pelo próprio Maria. Cabe ao grupo, em consenso, escolher e publicar as melhores perguntas e respostas, que irão, também, para o livro. O mais interessante é que o grupo recebe questões pela rede social, por e-mail e, incrível, pelo correio tradicional.