Este livro apresenta a Mãe Baiana das escolas de samba do Rio de Janeiro enquanto um corpo-linguagem pelo qual, quando em desfile, se revelam narrativas míticas que resgatam a trajetória percorrida por essas baianas, desde a escravidão dos africanos e seus descendentes no Brasil até a sua personificação como figura carnavalesca. No decorrer do texto, o leitor poderá trilhar um caminho que tem início na Passarela do Samba, conhecendo um pouco como se organiza a estrutura do desfile. Em seguida, o trabalho o conduzirá para a compreensão dessa personagem no interior dos mitos que fundamentam a cultura do Samba, e cujas raízes residem nos terreiros de candomblé, nos quais as lideranças religiosas são as mães-de-santo. Para o entendimento do contexto no qual o samba se originou, no terceiro capítulo serão abordadas as transformações sofridas pela cidade do Rio de Janeiro no início do século XX, cujas reformas desterraram os pretos, pobres e nordestinos do centro da cidade, concentrando-os na periferia, onde se reorganizaram e criaram estratégias de sobrevivência e de organização cultural. Por fim, a Mãe Baiana será apresentada ao leitor com todos os seus atributos, ritos e crenças, descortinando a força e autoridade que a tornam a Mãe dos filhos do samba.