Esta história aconteceu em uma terra longínqua, onde o tempo se perdeu nele mesmo. Um vale onde homens, anões, fadas e outras raças viviam em paz, onde a harmonia crescia como sua grama e as árvores frutíferas transbordavam abundância, alimentando todos que ali habitavam. Um lugar verde, com planícies que podiam ser vistas de qualquer canto da terra, onde os animais caminhavam livremente. Um local privilegiado pela mãe natureza, onde montanhas inalcançáveis criavam uma barreira natural para os outros reinos, que também viviam aos seus pés; as águas que banhavam toda a região eram guardadas por seres elementais, aliados da terra, emissários da paz entre os elementos. Nesse vale, havia nove vilarejos, cuja única incumbência era lutar para que nada de mau viesse a acontecer entre eles. Nos vilarejos, crianças de todas as raças viviam juntas desde muito pequenas, para que pudessem entender que não existia raça suprema e, sim, havia união entre eles e que somente assim existia vida. Toda casa estava sempre aberta, com frutas e pães em suas varandas para que fossem divididos com os trabalhadores e seres que se dedicavam a afortunar a terra. Apenas uma passagem podia ser utilizada como entrada e saída desse vale; assim, a segurança da região era mantida perante os andarilhos que por ali passavam. Eram poucos os que saíam, pois, em sua grande maioria, todos desejavam viver e compartilhar da generosa terra. Mas, nem sempre foi uma terra de paz. A profecia do nascimento de uma criança passaria a atrair seres invejosos, que desceriam pelas montanhas e arruinariam a harmonia do reino. Apenas a união da prosperidade, do mistério e da vitória faria a felicidade reinar. Esse lugar ainda existe em algum tempo, espaço ou dentro de você. Esse é o reino de Lyran.