Luzes na selva, sexto livro de poesia de Sigrid Renaux, apresenta, uma vez mais, poemas minimalistas que retratam aspectos da natureza, envolvendo os seres humanos e os animais. Essa natureza já está presente desde o primeiro poema – na selva das palavras
acendem-se luzes rompendo o mistério da criação – a "selva das palavras" não só como sinônimo de floresta, mas como metáfora de grande quantidade de algo: as palavras; as "luzes", por sua vez, além de significar claridade, sugerem iluminação espiritual, intuição da verdade. Portanto, o título da obra aponta, por um lado – como a capa do livro revela – para a beleza visual que emana dessa selva tropical retratada na capa por Johann Moritz Rugendas, pintor alemão que esteve no Brasil de 1821 a 1825; por outro, e por derivação, sugere a beleza espiritual fornecida pela intuição poética contida no título. Os poemas incluídos em Luzes na selva aspiram, desse modo, a sensibilizar o leitor para aspectos ou facetas da natureza muitas vezes não observados pelos passantes, natureza que, no cenário atual mundial, torna-se cada vez mais devassada e destruída pelos seres humanos, por diferentes razões.