Os diferentes eixos temáticos ( amor, política, transcendência, humor, a cidade, entre outros) podem ser encontrados nesta proposta-livro sendo que alguns poemas ganham o palco enquanto poesia encenada, valendo-me da minha primeira formação em teatro. Isto é, um poeta-ator que gostaria de lançar por uma editora o livro Luz e Sombra. E encontrou na AGBOOK uma aliada para esta tarefa. Os poemas e seu possível lançamento enquanto livro remetem a noção de obra aberta, uma vez que o período de formação no curso de Letras e de divulgação do trabalho em diversos saraus de leitura e outros encontros artísticos possibilitaram uma maior indagação dos meus próprios escritos. A reestruturação constante das linhas de pensamentos e a valorização criativa e interpretativa da poesia enquanto diálogo com o teatro em poemas encenados, não que necessariamente todos os poemas tenham que ganhar o palco, torna esta obra e as apresentações poéticas passíveis de várias interpretações, cabendo a mim enquanto executante, escolher uma das sequências possíveis, uma vez que, o caráter indeterminado de obra aberta poderia culminar num sem-número de configurações das apresentações, tanto de texto quanto de encenação, com perigosa perda de significado pessoal e/ou social. As várias possibilidades combinatórias dos poemas encenados, ou não, estão de certa forma previstas pela estrutura mesma da obra que se propõe aberta sem, no entanto, deixar de ter uma arquitetura, isto é, se o livro não se encontra , e nem assim o quer, de todo acabado em si mesmo e plenamente definido, pelo contrário, pois quer possibilitar diversas interpretações e reformulações no encontro com o outro e com o mundo ao redor, esta acentuada liberdade é acompanhada de uma não menos exigente responsabilidade, pela função de ir descobrindo a obra não só de acordo com minha própria personalidade, interesses, experiências vivenciais cotidianas e horizontes de expectativa mas também, e talvez sobretudo, na interatividade com a própria cultura onde estou inserido enquanto sujeito coletivo e histórico, ou seja, contínuo diálogo de abertura de inesgotáveis possibilidades de significações e ressignificações do mundo e do trabalho poético, inclusive até, é claro, do livro escrito de próprio punho, Luz e Sombra.