Terceiro livro de Rubem Fonseca, Lúcia McCartney ― publicado em 1969 por Olivé Editor com o título Ficção e não ― confirmou o posto do autor como um dos renovadores do conto nacional. Tudo era novo: os temas, a linguagem, a coragem de experimentar vozes que não estavam representadas na literatura brasileira. Fonseca se distinguia no panorama literário por uma busca inquieta de meios de expressão sempre inéditos, adequados a cada universo em que entrava. Com isso produziu uma de suas obras-primas, logo reconhecida pela crítica e pelo público, que transformou o livro no primeiro best-seller do autor.
Não por acaso foi também com esta obra que ele conquistou seu primeiro Jabuti, maior prêmio literário do país. Não por acaso também, já no ano seguinte ao seu lançamento, dois textos desse livro foram adaptados para o cinema e, em 1987, o conto que dá título ao volume ganhou uma versão para o teatro.
Utilizando uma prosa precisa para descrever a vida de uma garota de programa ou a luta de vale-tudo em "Desempenho", nesses dezenove contos encontramos o mergulho de um autor, em pleno domínio de sua escrita, na vertigem de seu tempo.