Em "Longe dos olhos", Machado de Assis acompanha o bacharel Aguiar em sua paixão por Maria Regina, uma jovem já comprometida em casamento. O sentimento, fadado à impossibilidade, é atravessado pelas regras sociais que regem a honra e os costumes da época, tornando cada gesto um limite intransponível. O narrador, longe de se manter neutro, intervém com ironia e comentários ácidos, julgando personagens e situações, e revelando a força das convenções patriarcais que condicionam suas escolhas. O que poderia soar como simples romance transforma-se em reflexão mordaz sobre os laços entre desejo, moral e poder social no século XIX.