As línguas, sejam elas orais ou sinalizadas, têm um papel significativo e vão além do ato de estabelecer comunicação. Elas carregam a história, os aspectos culturais, sociais e identitários de um povo. As Línguas Indígenas de Sinais – LIS, apresentam diferentes níveis de vitalidade linguística. Em suma, são línguas que apresentam um número reduzido de sinalizantes, e que correm o risco de extinguirem-se muito antes de serem registradas.
No Brasil, pesquisas voltadas para os estudos e mapeamento das línguas indígenas de sinais tiveram início nas décadas de 1980 e 1990. Lucinda Ferreira-Brito (1993), impulsionada pelas pesquisas de Kakumasu (1968), foi a primeira linguista brasileira a investigar e a coletar dados da Língua de Sinais Ka'apor (Godoy, 2020a).
Pesquisas com línguas indígenas de sinais ainda são consideradas incipientes. Há LIS com estudos consolidados e outras em andamento, assim como línguas de sinais usadas por indígenas surdos sem uma descrição documental mínima e que se tem apenas notícia.
Esta obra reúne informações epistemológicas e linguísticas de pesquisas realizadas entre 1993-2023 com as Línguas Indígenas de Sinais existentes no Brasil e aponta as principais lacunas e as necessidades relacionadas ao registro e à manutenção das línguas indígenas de sinais.