Vitório vive sob os holofotes, mas carrega nas costas o peso de um passado que jamais cicatrizou. Cada passo na passarela é uma tentativa de esquecer — ou esconder — a criança que sobreviveu à perda, ao abandono, abuso e ao silêncio. Nas passarelas Vitório é impecável. Fora delas, é puro estilhaço. Pierrot comanda a SAR com a precisão de um cirurgião, mas seus olhos — um azul e o outro violeta — denunciam algo que não pertence ao mundo dos vivos. Criado sob regras que esmagam qualquer traço de humanidade, ele aprendeu que amar é sinônimo de destruição. E ainda assim, é incapaz de desviar o olhar de Vitório. Segredos antigos, legados indesejados e uma herança que ameaça transbordar se entrelaçam quando o destino força os caminhos de ambos a se cruzarem. Nenhum dos dois está pronto para o que virá — e há verdades que preferem permanecer enterradas. Mas o passado tem fôlego próprio. E quando começa a respirar outra vez, nada permanece intacto. Até onde se pode amar alguém antes de se perder completamente? E quando o amor se entrelaça com a morte, quem decide quem sobrevive? Nem sempre o amor salva. Às vezes, ele é só o começo do fim.