Arthur Grupillo oferece uma importante contribuição à teoria crítica, utilizando os conceitos de limite e dissonância para mostrar como a arte e a estética emergem de modo sistemático e problemático na obra de Jürgen Habermas. Explorando interstícios e ambiguidades, o autor mapeia o diálogo de Habermas com a estética da Escola de Frankfurt – desde Theodor Adorno, Herbert Marcuse e Walter Benjamin até Albrecht Wellmer e Martin Seel. Focalizando a teoria da ação comunicativa e a pragmática formal, Grupillo mostra como Habermas tenta circunscrever a reivindicação de validade na arte e na estética ao fazer a transição da esfera cognitiva à esfera motivacional e explorar vários conceitos – veracidade, expressividade, autenticidade, adequação, formação simbólica, ação dramatúrgica e até mesmo verdade, como a "abertura de mundo" proposta por Martin Heidegger. Numa crítica imanente a Habermas, o autor conclui que a questão da verdade estética é identificada, mas não desenvolvida adequadamente, permanecendo como dissonância a ser resolvida pela razão.
Amós Nascimento
Professor de Filosofia
Universidade de Washington