Como se define o amor? O livro todo fala desse sentimento que nunca se explica em sua essência. Como Anna dialoga com o amor?
Assim transborda a poesia e a prosa de Anna Creatsoula. Um misto de excessos de sentimentos, excessos de erotismos, excessos de tudo. De vazios, de esperanças, de vícios e virtudes. De camas ardentes ou frívolas. Camas pecaminosas ou virtuosas. Tudo transborda na vida da poeta e na sua genuína compaixão de acreditar nos encontros derradeiros, no verdadeiro amor, em essências plenas, em seres humanos e em deuses míticos.
É o resgate inconsciente, mas consistente de uma Anna um tanto Levianna à procura de si, dos homens que a amaram, dos homens que partiram, e dos homens que ela abandonou sem dó nem pena.
Levianna, com dois enes, é a sua duplicidade em querer ser única e várias ao mesmo tempo. Suas contradições, encontros, desencontros, presenças, ausências.
Seus contos também revelam a decepção de sonhos que seriam possíveis, mas lhe foram roubados. Ou da procura pelo passado em que busca uma parte de seus antepassados, e, no último conto onde homenageia sua avó materna, revela a influência que "Yiayiá" exerceu sobre sua vida e personalidade.
Assim ela se apresenta: uma hora expansiva demais; outra, tímida e encabulada. Como uma flor que desabrocha, mas, em dado momento, sente-se tragicamente esmagada.