Leon Eliachar foi uma figura de destaque do humor brasileiro das décadas de 1960 a 1980. Além de ser escritor de livros, trabalhou em diversos programas de televisão, rádio, revistas e jornais, sempre com um humor ligado a questões do cotidiano e com o que podemos chamar de "sacadas" brilhantes. Falava sobre tudo abertamente - política, amor, sexo, economia, costumes, entre outros - e hoje estaria nas fronteiras daquilo que chamamos de politicamente incorreto. O escritor, no entanto, nunca pretendeu ofender ninguém, mas tão somente fazer a sociedade se olhar no espelho e rir de suas próprias contradições.
O arquivo pessoal de Leon foi doado à Fundação Casa de Rui Barbosa após sua morte trágica, ocorrida em decorrência de um crime passional. Os documentos legados pelo humorista, mais do que testemunhos de sua vida diversificada e criativa, nos permite pensar o tratamento técnico de arquivos pessoais e sua correlação com a teoria arquivística tradicional. Também, eles nos ajudam a pensar historicamente a produção humorística durante o período militar do Brasil. Em uma época de censura e repressão, Eliachar sempre se mostrou ousado e certas emissoras de televisão tiveram um papel particularmente importante nessa história.