As lembranças de criança sempre me acompanharam ao longo da vida e, às vezes, até me incomodavam, até que, por afirmação de uma amiga escritora que a infância é uma fonte inesgotável de literatura, resolvi mergulhar no universo infantil. Mesmo porque as lembranças confirmavam uma relação feliz no seio da família, com os vizinhos e amigos queridos, inesquecíveis, que o Bom Deus escolheu para mim! Mesmo havendo algumas marcas doídas, falar delas, revivê-las serviria como catarse para os conflitos interiores e melhor compreensão de minha personalidade.
Outro motivo de peso é o desejo de homenagear pessoas tão maravilhosas com quem tive a felicidade de conviver e, por isso mesmo, a opção por usar os nomes verdadeiros, porque são gente de reais valores, honradas e principalmente autênticas em suas almas, sentimentos e modo de vida, até hoje, e você, caro leitor, pode encontrá-las vivas, andando pela cidade, ou, quiçá, dentro do seu próprio coração. Existem pessoas mais doces do que os seus avós, amigos de infância, professoras primárias e os animaizinhos de estimação? Com certeza, ao fechar o livro, muitos desses personagens saltarão de sua imaginação e a saudade encherá sua alma de doces lembranças, seja em qualquer país ou língua que você falar... É só deixar o amor te levar para o mundo da fantasia:
Lembram dos versos de Casimiro de Abreu? "Oh! Que saudades que tenho. Da aurora da minha vida, da minha infância querida. Que os anos não trazem mais!"