Quando se mudou para Porto Real, Mateus Soares se instalou em um pequeno apartamento localizado em rua transversal a uma grande avenida, cheia de bares e boates e, por essa razão, a vida noturna nas imediações de sua casa era sempre movimentada. Naquela noite, sozinho e sem conhecer ninguém ainda, resolveu sair de casa. Caía uma chuva fina, mas não estava frio. Caminhou pela avenida observando os bares movimentados, gentes de todos os tipos se aglomeravam nas calçadas e, entre uma bebida e outra, sorriam e conversavam num tom mais alto do que o normal. Achou tudo muito interessante porque em sua cidade natal, ainda que houvesse locais daquele tipo, o movimento era bem menor e menos agitado. Absorto em seus pensamentos, nem percebeu a confusão que se instalara na esquina próxima. Duas mulheres se enfrentavam em meio a um pequeno grupo de pessoas. Enquanto se agarravam, gritavam uma com a outra. Quase nada se entendia do que falavam. Somente quando chegou mais perto é que Mateus se deu conta do que estava acontecendo. Parou e pôs-se a observar a cena. De repente estava ele a separar as duas mulheres que se atracavam.