FÁBRICA DE CRETINOS DIGITAIS
Por que os grandes gurus do Vale do Silício proíbem seus filhos de usar telas? Você sabia que nunca na história da humanidade houve um declínio tão acentuado nas habilidades cognitivas? Você sabia que apenas trinta minutos por dia na frente de uma tela são suficientes para que o desenvolvimento intelectual da criança comece a ser afetado?
O uso da tecnologia digital - smartphones, computadores, tablets, etc. - pelas novas gerações tem sido absolutamente astronômico. Para crianças de 2 a 8 anos de idade, o consumo médio é de cerca de três horas por dia. Entre 8 e 12 anos, a média diária gira em torno de cinco horas. Na adolescência, esse número sobe para quase sete horas, o que significa mais de 2.400 horas por ano, em plena fase de desenvolvimento intelectual.
Ao contrário do que a imprensa e a indústria da tecnologia costumam difundir, o uso das telas, longe de ajudar no desenvolvimento de crianças e estudantes, acarreta sérios malefícios à saúde do corpo (obesidade, problemas cardiovasculares, expectativa de vida reduzida), ao estado emocional (agressividade, depressão, comportamentos de risco) e ao desenvolvimento intelectual (empobrecimento da linguagem, dificuldade de concentração e memória).
O neurocientista Michel Desmurget, diretor de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da França, propõe a primeira síntese de vários estudos que confirmaram os perigos reais das telas e nos alerta para as graves consequências de continuarmos a promover sem senso crítico o uso dessas tecnologias.
FAÇA-OS LER
Ler por prazer é um importante antídoto contra o surgimento do "cretino digital". Centenas de estudos mostram que essa prática traz enormes benefícios para a linguagem, os conhecimentos gerais, a criatividade, a atenção, as competências de escrita, as competências de expressão oral, a compreensão dos outros e de si mesmo, e a empatia, com um impacto considerável no sucesso acadêmico e profissional. Nenhum outro hobby oferece tantas vantagens. Através da leitura, as crianças nutrem os três pilares fundamentais da sua humanidade: competências intelectuais, competências emocionais e competências sociais.
Michel Desmurget mostra que nossos filhos leem cada vez menos, rejeitando a ideia de que as crianças em idade escolar aprendem a ler quando conseguem decifrar letras, e nos lembra que ler é compreender. Examina os fundamentos dessa compreensão e identifica as alavancas que permitem aos pais encorajar e manter o gosto pela leitura nos seus filhos.
Por fim, sem negar o papel da escola, defende que a instituição de ensino nunca poderá compensar um ambiente familiar insuficientemente estimulante. Essa síntese de interesse geral fornece informações essenciais, principalmente aos pais, sem nunca os fazer sentir culpados. Fascinante e poderosamente benéfico!
QUEM EDUCA NOSSAS CRIANÇAS?
Quem educa nossas crianças? é uma obra fundamental escrita por Susan Linn, psicóloga clínica reconhecida mundialmente por seu compromisso com o bem-estar infantil. Neste livro, Linn mergulha nas profundezas do impacto da mídia na infância, lançando luz sobre a poderosa influência que a publicidade, os programas de TV e os produtos infantis exercem sobre as crianças e os jovens. Ela desafia diretamente a noção tradicional de quem está realmente educando nossos filhos, sugerindo que, em muitos casos, são as empresas e os interesses comerciais que moldam a percepção da criança sobre si mesma e sobre o mundo que a cerca.
Por meio de uma pesquisa abrangente e exemplos reais, Linn traça um retrato vívido de como a comercialização permeia cada aspecto da vida infantil moderna, desde os brinquedos com que as crianças brincam até os programas que assistem na TV e na internet.