Eis um livro sobre Brasil, sobre política externa e sobre o pensar e agir de lideranças. Aqui, enfocando o período de 1961 a 1964, observa-se como foi possível a orquestração de ações conjuntas em prol de uma postura internacional mais autônoma e um desenvolvimento nacional mais pronunciado. A capacidade de executar esse objetivo, tendo um cenário adverso interno e externo, era parte da essência do que foi a resiliência de então. Trabalho que mira no passado para encontrar verdades mais antigas ainda, alcançou nas pesquisas o entendimento da harmonia que existia entre os que conduziam a ação internacional do país daquela época. De título tupi para reverenciar o profundo e antigo do país, ele entrega aquilo que se propõe. Percorre uma trajetória, fundamentando-se em um tripé teórico, da análise de política externa, das políticas públicas e do pensamento político. Firmado na teoria e em métodos qualitativos, porém apresentando algumas indicações quantitativas, o livro é tal como um filme que passa. Cada ator público se reaviva, a história se refaz internamente a cada gabinete, presidencialista ou parlamentarista, cada conjunto biográfico e de produção intelectual se desvela. Eu convido quem lê para estar de novo lá, juntos, para percebermos na prática todos os vetores que comprovam a hipótese: após uma inovação, é possível manter a perpetuação da transmutação daquela política pública, caso se verifique a resiliência e a harmonia.