O livro apresenta uma nova ideia de justiça e de acesso a ela a partir da concepção ampliada e orgânica de justiça que, sendo abstrata, se concretiza por meio de pessoas que atuam na conscientização, promoção, fiscalização e efetivação de direitos; na gestão, resolução e/ou transformação dos conflitos; na prevenção, enfrentamento e combate de violências e no fomento à participação na construção de novos sentidos para o direito e para a própria justiça.
Sob essa perspectiva delineou-se uma metodologia, denominada Abordagem de Interação Empática (AIE), baseada nos contributos do pensamento de Martin Buber somados à filosofia da não-violência e da cultura de paz, que pode ser utilizada pelas práticas já existentes, sejam elas autocompositivas ou heterocompositivas, judiciais ou extrajudiciais.
A justiça relacional e a AIE propõem um olhar mais humanizado para as interações desenvolvidas nos espaços de justiça, a serem pautadas na proximidade, no cuidado e no diálogo, de maneira a promover experiências de justiça consubstanciadas pela realização de direitos e necessidades humanas, a partir das relações entre os atores desses espaços e seus destinatários, criando condições favoráveis à participação nas soluções para os conflitos vivenciados, na transformação da realidade em que estão inseridos, bem como na efetivação de direitos reconhecidos e na geração de novos.