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Justiça e contradição em Antifonte

Justiça e contradição em Antifonte

Sinopse

Antifonte é uma das figuras mais enigmáticas da Grécia clássica. Polemizou com Sócrates, na cena intelectual da Atenas do século V a.C., e teve o mesmo destino do professor de Platão, sendo executado em 411 a.C. Ensinou retórica, exerceu a arte da interpretação de sonhos e curava a tristeza por meio de discursos. Ele inventou a logografia, escrevendo defesas para que outras pessoas usassem nos tribunais, o que faz dele o primeiro advogado. É o sofista de quem nos chegou a maior quantidade de textos. Em seus discursos judiciários e fragmentos de obras dedicadas à verdade e ao consenso, estão passagens centrais para entender a discussão sobre justiça, natureza e convenção na filosofia e na cultura grega, e uma das mais antigas referências à igualdade universal: "por natureza, todos nós igualmente nascemos para ser tanto bárbaros quanto gregos em relação a todas as coisas". O objetivo deste livro é duplo. De um lado, pretende mostrar que uma obra e uma vida tão multifacetadas estão a serviço de demonstrar que o ser humano encontra-se em um jogo infinito de afirmações contrárias (antilogias) que marcam nossa relação com a justiça, a realidade e a verdade. De outro, busca reconhecer que o exercício antilógico – de que Antifonte foi mestre – esboça o surgimento, já entre os gregos, da consciência sobre o caráter problemático de leis e fatos discutidos nos tribunais – o que caracterizaria o nascimento, já entre os gregos, do pensamento jurídico concebido como Dogmática Jurídica.