Nos entremeios de um contexto histórico nacional e planetário, o qual encontra-se nitidamente marcado por intermináveis e irreversíveis transformações de nós e do mundo, Jupitô nasce enquanto memória, registro formal de um trajeto íntimo daquilo que consideramos enquanto existência, em meio a crenças e bênçãos das quais nos compomos. Em um curioso e onisciente diálogo entre interlocutores delimitados pela brincadeira de palavras elegantemente sortidas e arquitetadas pela poesia política, um menino ousado e criativo chega ao mundo em métrica de composição intensa, uma leitura encantada. Jupitô é menino bem fundo, pois que venha conhecê-lo fazendo corte e costura de seus entendimentos e de um personagem que indiretamente fala sobre nós em tons oblíquos e atentos aos desígnios naturais, versos divinos. Descontraído, ousado e em crivo minuciosamente crítico, conta e desconta a história de sua vida, e nos convida, a todas e todos, a uma reflexão incisiva aos nossos mundanos comportamentos e pensamentos que, sobremaneira, institucionalizam o sagrado. Este é um convite, pois, a conhecer com amor, a história de um menino bem Diabo.