Esse livro é composto de relatos de diversas pessoas em movimentos, fazendo e acontecendo, batalhando para matar muitas fomes, fomes de tudo. As histórias contêm sonhos e invenções de muitos tipos, contêm jeitos de realizar, de agitar, de interferir, de criar alternativas de se viver melhor no mundo. Falam do construir um lugar para se chamar de seu no mundo. São relatos de tentativas possíveis de recriação do mundo nos fluxos das artes, das culturas e das políticas, dentro de determinados movimentos culturais (sociais) organizados. Esse trabalho novo de Coelhão soa para mim como um presente especial dele para toda a gente dessa sua querida Juazeiro. Contando-nos parte do muito que ele participou na história dessa cidade – quando, como, onde e com quem aconteceram as suas atuações na cultura do cotidiano vivido, ele nos diz também do seu entendimento sobre os acontecimentos referidos. Narrar é uma arte. Tem-se que ter gosto no contar, propósito com o dizer e se precisa de técnica para fazer – escutar para dizer e pensar para contar. E tudo isso você encontra nesse trabalho de Coelhão, pois esse narrador é um bom escutador, é um bom observador e tem aqueles múltiplos domínios de competências à sua disposição tanto para escutar quanto para dizer. Por Odomaria Rosa Bandeira Macedo