Jeremias, o Bom, lançado originalmente no ano de 1969, em plena ditadura militar, é um personagem que marcou época com uma crítica de costumes bem-humorada e ainda atual.
Agora Jeremias volta em edição completa, incluindo as histórias inéditas que criticavam a ditadura.
Jeremias era tão bom que nasceu sem dor. Homem atencioso e elegante, sempre bem vestido com terno de corte impecável, gravata e sapatos engraxados, estava sempre disposto a ajudar os outros. Jeremias, o Bom era antes de tudo, um homem justo.
Ziraldo criou o personagem Jeremias, o Bom em 1965, conquistando os leitores do Jornal do Brasil com seu jeito ingênuo e bondoso de encarar a vida, que marcaram as charges que eram uma crítica de costumes e comportamento.
"Um dia, descobri que o humorista de colaboração permanente precisava de um personagem para marcar sua presença de maneira mais efetiva", conta Ziraldo. "O personagem mais famoso do humor brasileiro, na época, era o Amigo da Onça. Achei que era hora de criar um que fosse a sua antítese. Deu certo", completa o autor.
Em 1969, Jeremias, o Bom migrou para as páginas da revista O Cruzeiro, onde ganhou um caráter mais político, com tiradas sarcásticas contra a ditadura militar.
"Os donos da revista custaram a descobrir que o Jeremias estava fazendo as maiores gozações com a ditadura", lembra Ziraldo.
No mesmo ano, Ziraldo lançou a primeira versão do livro Jeremias, o Bom. Como o contexto da época não permitia, a obra não trazia as charges que criticavam a ditadura. Quarenta anos depois, brasileiros de todas as idades poderão conhecer as aventuras completas de Jeremias, o Bom com todo o material que não foi publicado na primeira edição, além de aventuras inéditas.
Ziraldo acredita que Jeremias, o Bom, continua um personagem atual. "O Jeremias é tão bom que pode ajudar as novas gerações a ir descobrindo o Brasil", diz Ziraldo.