A primeira grande protagonista feminina da literatura, de uma mulher que abriu alas para gerações de escritoras
Jane não se acha uma moça particularmente bonita ou talentosa. Criada pela tia em um mundo pequeno demais para ela, é lançada ainda muito nova para descobrir por si mesma como viver uma vida relevante. Em uma sociedade tão restrita como a da Inglaterra do século XIX, compreender seu lugar, seus desejos e seu direito à felicidade pode ser o maior dos desafios.
Jane Eyre foi escrito por Charlotte Brontë, uma das três irmãs mais importantes da literatura inglesa. Em uma época em que quase todas as esferas da vida pública eram vedadas às mulheres, a mera existência das Brontë foi revolucionária. Tão revolucionária que não podia ser revelada: todas as três publicaram sob pseudônimos masculinos. No entanto, o conteúdo de Jane Eyre foi tão incendiário para a época que nem o nome Currer Bell conseguiu poupar a autora das críticas. Hoje, as histórias das irmãs seguem encantando gerações de leitores.
A edição da Antofágica conta com tradução de Isadora Prospero e ilustrações de Danielle Noronha, artista indicada ao prêmio PIPA de 2023. A apresentação é de Iana Vilella, que alça Jane Eyre ao posto de manifesto contra o silenciamento feminino, e o posfácio acadêmico é de Caroline Navarrina de Moura, doutora em Literatura pela UFRGS. Luiza Romão, atriz, slammer e poeta laureada com o Jabuti, e Cristiane Sobral, multiartista, escritora e mestre em teatro, escrevem ensaios para a edição, discutindo a representação de mulheres na literatura e o caráter revolucionário desta obra.