O livro Itapecuru: Governança Hídrica na Amazônia Oriental lança um olhar para o trajeto das ações pública e política, no que tange à busca por proteção legal para o rio Itapecuru-MA, sua saúde e seu fortalecimento para que continue a executar a função de mantenedor dos itapecuruenses, das cidades circunvizinhas e da população da capital, apesar do apanágio e da cobiça de agentes políticos, agenciadores, negociadores, mineiros, quinteiros e empresas. Mesmo por meio do viés profissional, a autora não deixa de se comover com os relatos e com a contemporização da situação de abandono e descaso, que já vem de longe, por parte dos envolvidos, juridicamente investidos de poderes para socorrer o manancial, tão importante para o bioma, não só local como nacional. Visto que o Brasil e seus cidadãos estão cada vez mais cientes da vinculação e dependência dos recursos hídricos com a qualidade de vida, as comunidades locais se associam e procuram desenvolver ações para ajudar na fiscalização e conscientização de se salvaguardar o rio de todo tipo de atividade predatória; uma vez que a atuação política se mostra ineficaz e morosa, quiçá tendenciosa, sensação inferida a partir dos relatos dos entrevistados e do publicizado nas mídias. A autora também relembra sua estadia no Maranhão e compartilha, como boa cidadã do mundo, que precisamos unir nossas vozes às instituições locais e internacionais, como fazem outros países já cientes das agruras da poluição, do desperdício e do mal uso dos recursos hídricos, a fim de criar condições legais para sanar os efeitos danosos já visíveis e aqueles que ainda não são transparentes. Que façamos eco às vozes de outros estados e países para "curar o planeta" para nós e para as gerações vindouras. Mas, essa ação deve acontecer a partir dos rios e das bacias, porque eles são os responsáveis, entre outras coisas, por matar a sede, a fome e por transportar nossos sonhos e esperanças.