Em 1474, uma mulher de 23 anos subiu ao trono de Castela, o mais poderoso reino da Espanha. Diante dela, o desafio considerável não apenas de ser uma soberana jovem em um mundo predominantemente dominado pelos homens, mas também o de reformar um grande reino europeu imerso no crime, na corrupção e na violência de facções políticas.
Perspicaz e capaz de administrar com mão forte, Isabel de Castela teve que lutar por seu trono em meio a uma guerra civil, em que chegou a liderar exércitos. Ela triunfou e prosseguiu para concluir os seis séculos da Reconquista cristã da Espanha do domínio muçulmano, sem pensar duas vezes antes de expulsar judeus e muçulmanos de suas terras ou perseguir e torturar os convertidos sob a terrível Inquisição espanhola, uma página assombrosa da história.
Seu casamento com Fernando II de Aragão foi crucial para o seu sucesso, reunindo dois reinos, uma parceria real e única com o marido que não se baseava apenas na confiança e na intimidade, mas no respeito mútuo pelas respectivas competências. A partilha de suas realizações fomentou a primeira verdadeira nação da Espanha e muito mais do que poderiam ter imaginado. Seu reinado foi longo e transformador, unindo a Espanha e preparando o cenário para sua era dourada de domínio global. No momento de sua morte, em 1504, Isabel havia lançado as bases não apenas da Espanha moderna, mas de um dos maiores impérios do mundo.
O aclamado historiador Giles Tremlett narra, com a autoridade de uma sólida erudição, porém sem qualquer aridez e recheada de fatos emocionantes, a vida de Isabel de Castela enquanto conduzia seu país para fora da Idade Média obscurantista, aproveitando as novas ideias e ferramentas do início do Renascimento para transformar sua nação convulsionada em um Estado mais nítido e moderno, conduzido por uma monarca poderosa e ambiciosa.