No início de 2011, eclodiu uma revolta de grandes proporções, iniciada na Tunísia, que se estendeu ao norte da África e Oriente Médio, denominada no Ocidente de Primavera Árabe. O movimento político teve como protagonista a Irmandade Muçulmana, que questiona desde sua fundação, nos anos de 1920, a dominação ocidental e a decadência do modo de vida muçulmano. A Irmandade Muçulmana tem como proposta a contemporanização do Islã e a restauração do seu protagonismo histórico; a defesa de uma modernidade "autêntica", desenvolvida na própria comunidade de fiéis (Ummah). A Irmandade viu, na insatisfação popular contra as longas ditaduras autodenominadas "legados nasseristas", a oportunidade de realização do seu projeto político, porém, pela falta de apoio ocidental e da desconfiança de diversos grupos politicos locais, inclusive pró-islâmicos, a Irmandade acabou fracassando em sua empreitada. O objeto desta obra é investigar as causas da falta de adesão política ao projeto de modernidade autêntica e do fracasso político. Para tanto, é importante conhecer as origens da Irmandade, seus propósitos e ações.