Tudo atualmente conspira para uma vida solidária, compartilhada, complementada pela ação dos outros. É mais divertido, é mais rendoso, é mais leve, é mais de acordo com a natureza humana, é mais fácil. E é, às vezes, mais falho.
A partir de certa idade, somos responsáveis por nossas vidas e pelas vidas dos que não são responsáveis. Ninguém quer aceitar essa missão, mas quer sonhar com um mundo melhor. Não tem direito. Direito é apenas o anverso do dever.
Há conhecidas perguntas que preferimos não nos fazer, mas que estão por aí à espera de respostas. Quem sou eu? Por que sou como sou? Quem me fez ser assim? Sou eu quem faço a minha vida ou a vida vai me fazendo?
O que gera a infelicidade em tantas vidas é essa idolatria a esse falso Deus chamado EU. Mas não há como chegar ao fim sem passar pelos meios. Primeiro temos que encontrá-lo; depois conhecê-lo para depois nos despedirmos dele sem saudades. Ele é um companheiro de viagem que, em algum momento, fica dormindo numa daquelas paragens da vida, quando partimos de manhã cedo, sem fazer muito barulho, rumo ao infinito dos outros.
O esquecimento de si é o último estágio da perfeita construção de si mesmo. Chegando aí, o homem chega ao fim tendo atingido a meta.