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Sinopse

Entre risco da insignificância e risco do absurdo: nesse intervalo encontra-se a zona da ação eficaz, portadora de sentido e de valor. É a zona do risco aceito.  Nem excesso de precauções contra o imprevisível porque paralisaria toda vontade de agir, nem mera submissão ao acaso, já que demasiada tolerância diante da incerteza levaria rapidamente à catástrofe.  A partir daí, cada um, na interação com o mundo, com os outros, consigo mesmo, escolhe entre distintos regimes de risco.

Muitos, não se sentindo à vontade a não ser num ambiente perfeitamente sob controle, gostariam de programar a vida inteira, como se fosse um relógio.  Alguns, ao contrário, amantes do imprevisto e confiantes no próprio intuito, preferem ajustar-se, no momento mesmo, à especificidade de cada situação e captar as oportunidades no vôo.  Outros, ao crerem reconhecer por todos os cantos ao redor maquinações e complôs, pensam não poder alcançar seus fins senão manipulando aqueles com os quais têm que tratar.  Outros ainda, deixando de lado toda idéia de planificação, de estratégia ou de sintonia com outrem, confiam na boa estrela, esperando coincidências felizes que o destino terá decidido a seu favor.

Programação, manipulação, ajustamento sensível, assentimento face ao aleatório : cada uma desses tipos de conduta traduz um modo específico de ser no mundo. Cotejar os regimes de sentido que os sustentam respectivamente, extrair os princípios e a sintaxe correspondentes sob a forma de um modelo geral da interação, isso deveria ensinar-nos bastante a respeito da nossa condição de seres semióticos constantemente em busca de sentido, ajudar-nos a aclarar a complexidade das práticas observáveis nas esferas de atividade mais diversas (da conversação à dança, por exemplo, ou da política à guerra) e, quiçá, permitir-nos imaginar um saber-viver semioticamente fundado."