A modernização agrícola iniciada a partir da Revolução Verde estabeleceu o processo de homogeneização da agricultura facilitando com isso, a transferência dos conhecimentos técnicos-científicos, ao mesmo tempo, negligenciou-se as práticas tradicionais dos agricultores familiares. O objetivo desse estudo foi analisar a interação do conhecimento dos agentes da ATER com os conhecimentos dos agricultores familiares visando identificar o status da valorização dos conhecimentos locais ou tradicionais nas práticas desenvolvidas pelos agricultores familiares. Os métodos utilizados no estudo caracterizam-se como exploratório, qualitativo e estudo de caso. A população da pesquisa foi formada pelos agricultores familiares do município de Cascavel/PR, a partir dos dados fornecidos pela Emater, identificou-se total de 248 propriedades de agricultores familiares envolvidas em diversos projetos visando a potencialização de atividades locais. Para levantamento dos dados foram entrevistadas 30 famílias, pertencentes a cinco Distritos. O critério de escolha dos entrevistados foi por conveniência. Como resultado, identificou-se que o processo de interação e compartilhamento de conhecimentos entre os agricultores ocorre de forma contínua, pois os agricultores possuem como prática, em suas conversas informais e nos encontros na comunidade, trocar informações sobre seu cotidiano e suas atividades produtivas. A relação com os agentes da ATER é positiva, mas por outro lado percebe-se que os conhecimentos tácitos e explícitos não estão sendo socializados de maneira adequada, tendo em vista que, mesmo existindo potencialidades econômicas e de conhecimentos, a produção predominante ainda continua sendo os cultivos de <em>commoditi</em>es, que dependem da produção em grande escala, portanto, não sendo adequado para a agricultura familiar.