Este livro de Maria Carolina Scudeler Silva é o resultado da sua dissertação de mestrado em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. A publicação mostra a atualidade do assunto abordado neste trabalho, inserindo novos olhares ao brilhantismo da historiografia clássica.
Criada pelos Estados Ibéricos e apoiada pela Igreja Católica no século XVI para investigar e punir indivíduos que não estivessem agindo de acordo com a moral religiosa, a Inquisição Moderna foi uma instituição que agiu através de denúncias e segredos, forjando heresias e apontando como principal inimigo o cristão-novo. Ao analisar o funcionamento do Tribunal do Santo Ofício, através de documentos inquisitoriais e trabalhos diversos publicados sobre o tema, percebe-se o caráter indispensável que a instituição teve no sentido de restringir as liberdades individuais, em prol de uma ideia de uniformidade baseada numa verdade absoluta – a fé católica. Em um período de tantas transformações como foi o da modernidade, a Inquisição se tornou uma das principais instituições de manutenção do Antigo Regime, assegurando o poder nas mãos do clero e da nobreza.