A propagação de ondas geradas por vento em reservatórios de grande dimensão pode pôr em risco a geração de energia, a segurança da navegação interior, bem como contribuir para a ocorrência de fenômenos erosivos recorrentes às margens desses reservatórios. O livro Influência da vegetação na atenuação de energia de ondas aborda a temática pouco explorada no Brasil, vis-à-vis à notoriedade que o tema recebe em outros países. Este trabalho compõe desenvolvimentos do grupo de pesquisa ONDAFEIS, com abordagem pioneira, e trata da relevância de estudos sobre atenuação de energia de ondas, além de apresentar o estudo de caso realizado no reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) de Ilha Solteira (SP). Dentro dessa perspectiva e privilegiando medidas não estruturais, como soluções de engenharia, de forma a mitigar a ação de ondas no processo de erosão de margens do entorno do reservatório, este trabalho estimou, com apoio da simulação numérica, os coeficientes de atenuação de energia de ondas produzidas por ventos quando estas se propagam sobre fundos com vegetação. Na pesquisa foram analisadas, utilizando-se o software SWAN-VEG, as alturas de ondas geradas para uma gama de ventos e sua atenuação, nos casos sem e com a presença de diversos cenários ou layouts de vegetação no fundo. Ainda foi verificada a influência do efeito de refinamento de malhas no modelo sobre os coeficientes de atenuação. Análises comparativas com estudos da literatura foram realizadas, apontando para a necessidade de se determinar, com acurácia, o coeficiente de arrasto, , no complexo fenômeno de atenuação de ondas propagando-se em águas confinadas com presença de vegetação. Após explorada a potencialidade do SWAN-VEG, pôde-se verificar que a atenuação devido à vegetação é um processo altamente dinâmico e complexo, cuja quantificação é importante na modelagem da hidrodinâmica costeira. Por fim, foram verificados os fatores de atenuação de ondas que dependem da densidade de plantas, do hábitat e da submergência. Por seu conteúdo pioneiro, este estudo torna-se ímpar para aqueles que querem aprofundar seus conhecimentos sobre as potencialidades de utilização da vegetação como medida não estrutural na proteção de encostas e margens de reservatórios e rios.