Inconstante Paraíso conta a história de Artur, um jovem aventureiro, cheio de fantasias e ilusões que decide abandonar sua pacata vida e entrar escondido na embarcação de Pedro Álvares Cabral. A história assim começa marcada por dois pólos, a coragem e a insegurança, a vontade e a necessidade, o individual e o coletivo. Durante seu refúgio na caravela faz um grande amigo João com o qual vive momentos de muita confiança e companheirismo. A amizade assume uma relação tão intensa que vai se confundido com a de pai e filho, porque é envolvida por laços protetores em que o menino Artur internaliza e vivencia arduamente. Embora Artur fosse valente e ambicioso, estimando escrever um livro sobre as histórias que viveria, mal sabia o que o destino lhe reservava e que todas as experiências seriam intensamente vividas. O amor, a dor, a perda, a saudade, a coragem, a felicidade, a sorte, o poder, quem nunca viveu em conflito entre dois sentimentos tão diferentes? Psiquicamente Artur é um grande mistério, mistério este que constitui a todos nós. Este romance, mais do que contar sobre relações de amor e amizade, permite entrar no inconsciente do personagem central e promover identificações, simbioses, de forma tão expressiva, que a angústia, o desespero e também a alegria são vivenciadas pelo leitor, em cada passagem, em cada momento. Afinal, nosso destino é mudado a cada dia, por cada escolha que fazemos, e tudo começa dentro de nós, quando nos submetemos aos nossos desejos ou reprimimos as nossas vontades, eis porque Artur é tão singular e plural ao mesmo tempo. Uma obra que remete ao passado, mas que traduz as relações intensamente vividas no hoje, no agora.