Quem teve ou tem, sabe. Quem não teve ou não conheceu, pode entender. Vó, figura de tantas faces.
Em (Im)permanência: reminiscências de uma estrela que brilha mais, Vanessa Valentim nos convida a conhecer uma presença, que já não é mais pessoa, mas foi um dia, e que, por sua força, faz-se ser sem estar.
Um conjunto de trinta poemas que correm como sangue, pois de sangue falam e porque fluem em um diálogo sobre a vida e a morte, a ausência e a presença, a infância e a idade adulta, sem revelar obviedades, mas sim descobrindo sinônimos entre conceitos aparentemente opostos.
O olhar de uma criança idosa ou de uma adulta criança? Criança no sentido de simples e ingênua, preparada para captar o que olhos cansados já não veem. Uma idosa porque já conhece o sentimento da morte de alguém e aprendeu com a dureza do destino.
(Im)permanência convoca ao aconchego, ao colo, traz lembranças olfativas de cheiro de comida, de pele e de cabelo. Dá colo para quando o mundo é hostil e parece que nele não somos nem pertencemos.