Nunca cogitei escrever haikais, embora guardasse na memória aqueles produzidos pelo grande escritor e jornalista Millôr Fernandes. Conhecia, porém, a origem oriental e secular do estilo, na composição de seus três únicos versos com métrica ou com rima.Até que assisti à reportagem na televisão sobre o eclipse da superlua vermelha e criei meu primeiro haikai na vida (versos que abrem o livro).Segui elaborando novos haikais, organizados por diferentes temas entre o bem e o mal e outros extremos. Sempre acreditei que a virtude não está no meio: fácil e cômodo demais. Os haikais fluíram nas minhas mãos de poeta e publicitário, face à natureza intrínseca do formato, porém sem a métrica nem o estilo oriental e o abusar das rimas "à la Guilherme de Almeida". Confesso que aproveitei a oportunidade para fundir outro livro de haikais, chamado "Passagem do Tempo", que pretendia lançar em separado, para "engordar a geladeira".O nome do livro nasceu de uma ideia tipicamente publicitária, pois os haikais são suficientemente pequenos para caber no espaço de um ímã de geladeira. Ficarei feliz se alguns deles forem capturados tanto fisicamente quanto metaforicamente, na categoria dos ímãs de geladeira, e puderem aderir a todo tipo de superfície e de pensamento!Aproveito para homenagear minha irmã Terezinha, companheira de muitas incursões ao refrigerador.Boa refeição literária!Dezembro de 2021