Ilha do Massangano: uma terceira margem no Velho Chico é o livro que lança um novo olhar sobre nosso próprio processo de desenvolvimento, bem como o processo histórico da ocupação humana nos diversos rincões do sertão profundo. O território em questão é a Ilha do Massangano, situada aqui na região do Rio São Francisco, como também é conhecido o Rio da Integração Nacional e, carinhosamente, chamado de Velho Chico. Este livro traz a centelha de luz para dar visibilidade àqueles que, na história pública, padecem pela invisibilidade.
A autora, por meio da pesquisa documental e a investigativa, bem como pela empreitada, propõe-se a tal intento. A obra faz um retrato do ontem e do hoje, produzindo reflexões importantes para a posteridade ao etnografar e deixar registrado, em palavras, as diversas travessias para a terceira margem: a vida, suas multiplicidades, expressões, sua população, seus feitos e trejeitos, bem como as representações sociais e culturais, seus sambas e costumes.
São formas de se perceber o quanto o povo da Ilha do Massangano há de sempre viver por meio da religiosidade e pela festiva aclamação da beleza de um passado trazido à luz, num esforço que a humanidade ainda fará para tornar suas narrativas de sobrevivência num feito quase episódico, porém epopeico. Por seu conteúdo marcante, linguagem fluida e apaixonante, esta leitura torna-se uma fonte densa para se conhecer a terceira margem no Velho Chico, na extensão clara que, para abrangê-la, não há memória que dê conta no presente quase possível.