Como novelista e romancista, Edgar A. Poe é único no gênero. Nenhum homem jamais contou com maior magia as exceções da vida humana e da natureza — o absurdo se instalando na inteligência e governando-a com uma lógica espantosa. A alucinação, a histeria, o homem descontrolado a ponto de rir quando sofre. Tudo, contado de maneira vertiginosa, obriga o leitor a seguir o autor em suas arrebatadoras deduções. Não é fácil recontar, resumindo, uma história de Edgar A. Poe. Ele próprio suprime o acessório. É tão sóbrio que a "semente" de suas histórias se torna logo visível. Há mesmo uma certa monotonia em alguns empregos, como se estivesse sempre certo de interessar, pouco se preocupando em variar os meios. Como diz Baudelaire: "Não é mera apreciação da Beleza que está diante de nós, mas um violento esforço para superar a Beleza."