A presente obra se propõe a contribuir para o debate sobre a crise das democracias justamente a partir do seu diálogo com o passado, não exatamente sobre suas causas mais diretas e de curto prazo, como a crise financeira de 2008, o aumento das desigualdades e a falta de fé no futuro ou mesmo a questão dos imigrantes e o descrédito dos partidos tradicionais, por exemplo; mas de suas questões históricas e de mais longo prazo relacionadas aos regimes de tipo fascista em países como a Itália de Mussolini, Portugal de Salazar, a Espanha de Franco e o Brasil de Vargas. Não porque se pense, é bom deixar claro, que esses regimes contemporâneos sejam meramente inspirados naqueles do passado ou uma espécie de atualização da sua versão original, mas porque esse olhar para o passado nos permite perceber que tanto a democracia quanto suas ameaças são fenômenos igualmente históricos, não pontos fora da curva do nosso tempo. Para tanto, foram aqui reunidos estudos inéditos de importantes pesquisadores de instituições brasileiras, portuguesas, espanholas, italianas e argentinas, todos filiados à Rede Internacional de Estudos dos Fascismos, Autoritarismos, Totalitarismos e Transições à Democracia (REFAT).