Histórias das Exposições: debates urgentes reúne quatro pesquisas desenvolvidas nos cursos de Graduação em Arte: História, Crítica e Curadoria e especialização em Arte: Crítica e Curadoria, ambos na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Essas pesquisas foram desenvolvidas com base em questões abordadas por um campo de investigação sobre mostras e curadorias a partir de um eixo denominado Histórias das Exposições, criado na Central Saint Martins da University of the Arts London, que, desde 2010, pela editora Afterall, vem publicando a série de livros Exhibition Histories.
No Brasil, em 2016, pela Educ, a editora da PUC, foi publicado Histórias das Exposições: casos exemplares contendo um grupo de pesquisas brasileiras em torno desse tema, estimuladas por um grupo de estudos de professores que tratam dessas questões em sala de aula.
De certa forma, portanto, este novo livro é uma continuidade da publicação de 2016, agora com artigos desenvolvidos como Trabalhos de Conclusão de Curso, nos casos de Isadora Brandão Pin e Julia Lima, a primeira sob orientação de Cauê Alves, e as demais trabalhando com Priscila Arantes, e de dissertações de conclusão de especialização, em Viviane Tabach, com orientação de Mirtes Marins de Oliveira, e Isabella Guimarães Rezende, que trabalhou comigo.As duas primeiras são pesquisas amplas sobre temas urgentes no campo da curadoria de artes visuais. Brandão Pin e Alves abordam a 31ª Bienal de São Paulo, realizada em 2014, ?Como (...) coisas que não existem?, em suas aproximações com questões sociais. Naquela época, perante a onda reacionária que o Brasil enfrenta hoje, parecia que vivíamos em outro país, já que tratando de questões importantes como causas LGBT, exclusão social, censura, intolerância religiosa, a Bienal passou ao largo das ondas de ataques que o circuito artístico viveu em 2017. Nesse sentido, a pesquisa sobre aquela edição da Bienal levanta questões essenciais na relação entre arte e política.
Já o trabalho de Julia Lima e Priscila Arantes sobre a reencenação como estratégia é, hoje, um tema incontornável diante da quantidade de mostras e performances que são reencenadas em museus e instituições culturais, muitas vezes sem a necessária revisão crítica, elevando certas exposições a condições mitificadoras e que acabam até mesmo corrompendo as propostas originais de seus autores.Os outros dois artigos do livro são frutos de dissertações apresentadas como trabalho final da especialização de Viviane Tabach, com supervisão de Mirtes Marins de Oliveira, e Isabella Guimarães Rezende, sob minha orientação.
No texto de Tabach e Oliveira é analisada uma das questões essenciais em torno das exposições que é a mediação institucional a partir do conceito de ?virada educacional?. As autoras tratam o tema através de uma perspectiva histórica, que remonta a artistas com práticas artísticas que visavam empoderar o espectador, como Joseph Beuys, até as formas atuais presentes em grandes mostras como bienais ou mesmo em museus e centros culturais. Nestes locais, a mediação ou o setor educativo, dependendo de como se pensa sua abordagem, é parte de uma importante política de inclusão que, como qualquer atividade, está sujeita a questionamentos.
Finalmente, Isabella Guimarães Rezende conduziu sua pesquisa sobre a documenta 14, realizada em 2017, indo a Atenas e Kassel para observar como os conceitos que nortearam o diretor artístico da mostra se concretizaram no espaço, um dos pilares dos estudos das Histórias das Exposições. Assim, em nosso texto buscamos analisar os significados da realização de uma exposição dividida em duas cidades, questiocampo de investigação sobre mostras e curadorias a partir de um eixo denominado Histórias das Exposições, criado na Central Saint Martins da University of the Arts London, que, desde 2010, pela editora Afterall, vem publicando